O açaí de Bailique, do estado do Amapá (AP), é um produto típico da região e acaba de conquistar o registro de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na categoria Indicação de Procedência.
Este reconhecimento marca um importante avanço para o produto e fortalece ainda mais sua presença no mercado brasileiro e internacional.
Com a inclusão de Bailique, o Brasil chega a um total de 131 Indicações Geográficas registradas, sendo 102 por Indicação de Procedência e 29 por Denominação de Origem, além de outras 10 reconhecidas em países estrangeiros.
O reconhecimento tem um impacto direto na valorização da produção local. Amiraldo Picanço, produtor da região, comemora a conquista e destaca a importância do registro.
“Nós estamos muito felizes com esse reconhecimento do processo de indicação geográfica. Vai ajudar bastante para a gente poder valorizar, buscar agregação de valor ao açaí da nossa região do Bailique, além de abrir acesso a novos mercados, principalmente o mercado internacional”, diz Picanço.
Com essa certificação, o açaí de Bailique se junta a outras duas regiões que já possuem o reconhecimento de Indicação Geográfica: o açaí de Codajás, no Amazonas, e o açaí de Feijó, no Acre.
A coordenadora de tecnologia portadora de futuro do Sebrae, Hulda Giesbrecht, ressalta a importância da Indicação Geográfica para o fortalecimento das cadeias produtivas locais.
“O registro de Indicação de Procedência concedido a essas regiões reconhece que elas se tornaram conhecidas em função da produção de açaí de forma específica , além de estimular o envolvimento de lideranças locais, produtores, agricultores e associações em preservar esse patrimônio”, explica Hulda.
A Indicação Geográfica (IG) é uma ferramenta estratégica para a valorização de produtos tradicionais de uma determinada região.
A IG tem como função principal agregar valor ao produto, ao mesmo tempo em que protege a região produtora.
No caso do açaí de Bailique, o reconhecimento assegura que o produto é originário de uma área específica, com características únicas e um processo de produção que preserva a qualidade e a autenticidade do fruto.
Esse tipo de registro é uma garantia de que os produtos com Indicação Geográfica possuem uma ligação forte com o território onde são produzidos, reforçando a identidade local.
Além disso, a IG ajuda a proteger os produtores, evitando a falsificação ou a comercialização de produtos de baixa qualidade que se aproveitam da notoriedade da região.
Para os consumidores, a IG assegura que o produto consumido é genuíno e respeita os métodos tradicionais de produção.
O registro da IG de Bailique será entregue formalmente aos produtores no Inova Amazônia Summit, evento do Sebrae de promoção da bioeconomia sustentável e inclusiva. A edição de 2025 será realizada na capital do Amapá, entre os dias 22 e 24 de maio. O encontro aborda inovação em bioeconomia, sustentabilidade, startups, deeptechs, investidores, e cadeias de valor correlacionadas.
O Inova Amazônia é o maior programa de aceleração de startups da bioeconomia na Amazônia. Além de estimular um crescimento sustentável dos pequenos negócios, o Inova incentiva ações de proteção da floresta, distribuição de riquezas e promove melhoria de vida das populações locais.
O açaí é uma espécie nativa das várzeas da Região Amazônica, especificamente da Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas e Brasil (nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Tocantins).
Do fruto é extraída a polpa, que pode ser utilizada para a produção de vinho, além de servir como acompanhamento de diversos outros pratos.
Na Amazônia, o açaí é consumido tradicionalmente junto com farinha, peixe assado ou camarão.
Pesquisas de laboratório comprovaram que o fruto possui características únicas que contribuem para saúde. O fruto tem significativas quantidades de antocianina, nutriente responsável pela sua coloração roxa.
Essa substância evita a degeneração celular e reduz o risco de problemas cardiovasculares. O açaí possui grande importância cultural e social nas regiões, onde existem cooperativas que buscam ampliar o escoamento da produção e a qualidade de seus produtos, aumentando assim o preço de venda.
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