São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana começa com o impacto da confirmação da promessa de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e 10% sobre importações da China, alegando preocupações com imigração e tráfico de drogas.
Logo após o anúncio de Trump, o Canadá, por exemplo, anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos, incluindo itens como bebidas alcoólicas, alimentos e eletrônicos. Já o governo chinês condenou a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos chineses pelo governo Trump, mas sinalizou que ainda está aberto a negociações para evitar uma escalada no conflito comercial. Pequim afirmou que contestará a medida na Organização Mundial do Comércio (OMC) e tomará “contramedidas” não especificadas.
Apesar das tensões, analistas acreditam que a China tentará chegar a um acordo com Trump para mitigar o impacto das tarifas, especialmente devido à fragilidade de sua economia. O superávit comercial chinês de quase US$ 1 trilhão no ano passado representa uma vulnerabilidade para Pequim, que já enfrenta dificuldades em manter a demanda interna aquecida. Por isso, o governo vem se preparando há meses para essa situação, buscando maior autossuficiência em setores estratégicos e fortalecendo laços com aliados.
A União Europeia (UE) expressou preocupação com as tarifas e afirmou que responderia firmemente se fosse alvo de medidas semelhantes. A UE destacou que as tarifas prejudicam todos os lados, aumentando custos e inflação. Trump já havia criticado a relação comercial entre os EUA e a UE, chamando-a de injusta, e ameaçou impor tarifas adicionais. Analistas alertam que essas medidas podem desencadear uma guerra comercial global, com impactos econômicos significativos, incluindo recessão no Canadá e no México e aumento da inflação nos EUA.
Ainda nos Estados Unidos, a semana trará os principais dados sobre o mercado de trabalho no país, com a divulgação da relatório Jolts, da pesquisa da ADP, e o relatório de emprego (payroll). Na semaNa passada, após confirmar a manutenção dos juros nos EUA, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou que ainda é cedo para saber o que acontecerá com as tarifas, imigração, e política fiscal dos Estados Unidos sob a nova gestão do presidente Donald Trump. Segundo ele, há uma ampla gama de possibilidades quando se trata dos impactos potenciais das tarifas. “Não sabemos por quanto tempo ou quanto, quais países. Não sabemos sobre retaliação. Não sabemos como isso vai se transmitir através da economia aos consumidores. Isso realmente ainda está para ser visto”, ressaltou Powell.
Por aqui, a expectativa é para a divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, na sexta-feira (7). O IPCA-15 de janeiro apresentou variação de 0,11%, 0,23 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em dezembro de 2024 (0,34%). Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,50%, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,31%.
Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe na manhã de hoje o presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta, ambos eleitos ontem. Os mandatos terminam no fim de 2026. Após ser confirmado no cargo, Alcolumbre (União Brasil-AP) disse que vai trabalhar lado a lado, apoiando a agenda do governo, apoiando a agenda do Brasil e pedindo a independência e a autoridade de senadores que pensam diferente, que são de partidos diferentes.
Já o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu medidas de responsabilidade fiscal e enfatizou que “nada é pior para os mais pobres do que a inflação, a falta de estabilidade na economia”. Sobre a cobrança por transparência nas emendas parlamentares, embora não tenha citado o tema diretamente, Hugo Motta defendeu uma “radicalização da transparência nas contas que são, por definição, públicas” e falou na criação de uma plataforma integrada de todos os Poderes da República com os dados sobre recursos do orçamento.
Ainda nesta semana, serão divulgados a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com detalhes sobre a decisão de elevar a Selic em 1 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, na terça-feira (4), e a produção industrial de dezembro, na quarta-feira (5). Em novembro, a produção industrial recuou 0,6%, na comparação com outubro. Mas o índice subiu 1,7% em relação a novembro de 2023.
Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 avançou de 5,50% para 5,21%. Para 2026, as instituições financeiras elevaram de 4,22% para 4,28% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3%.
Sobre a taxa Selic, a previsão para 2025 segue 15%. Para 2026, a expectativa para a Selic manteve o mesmo índice da semana passada, de 12,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão segue em 2,06% em 2025. A projeção para 2026 manteve o patamar de 1,72%. Sobre o dólar, as cotações para 2025 e 2026 segue em R$ 6, assim como para 2026. A Pesquisa Focus manteve a previsão de déficit primário em 2025 em 0,60% do Produto Interno Bruto (PIB).
No setor corporativo, a Petrobras recebeu da Prio o montante de R$ 1,025 bilhão, referente ao pagamento contingente (earnout) do preço do barril de petróleo do exercício de 2024, que está de acordo com os termos do contrato negociado entre as companhias, referente à venda da totalidade da participação da Petrobras para a PRIO no campo de Albacora Leste,
localizado em águas profundas na Bacia de Campos. Esta é a segunda e última parcela de pagamento contingente recebida pela venda do campo.
A Natura&Co recebeu, na sexta-feira (31/1), correspondência encaminhada por seu acionista fundador, Guilherme Peirão Leal, por meio da qual comunica a redução de sua
participação de 7,166% para 4,166%. A redução da participação, quando efetivada, ocorrerá por meio da doação da nua propriedade das ações a seus filhos, com reserva do usufruto vitalício da integralidade dos respectivos direitos políticos e econômicos, não resultando, portanto, na alteração do controle acionário ou na estrutura administrativa da companhia.
A Energisa informou que a Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), publicou decisão e parecer técnico, referentes a processo de reajuste tarifário, com as tarifas da ES Gás, a serem aplicadas a partir de amanhã, 1 de fevereiro. O efeito médio a ser percebido pelo consumidor será de um corte de 7,49%.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou na sexta-feira (31/1) a Nota Técnica conjunta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O documento apresenta a metodologia, as premissas e os critérios, bem como a topologia e a geração conectada da rede elétrica que serão consideradas para a definição da Capacidade Remanescente do Sistema Interligado Nacional (SIN) para escoamento de geração nas instalações da rede básica, Demais Instalações de Transmissão (DIT) e Instalações de Interesse Exclusivo de Centrais de geração para Conexão Compartilhada (ICG), no âmbito do leilão de energia nova
A-5/2025, a ser realizado em 25 de julho.
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para a primeira semana operativa de fevereiro, que vai do dia 1º ao 7, mostra um cenário de estabilidade nas projeções para a Energia Natural Afluente (ENA). O subsistema Norte apresenta a melhor estimativa, com 110% da média de longo termo (MLT). O Sudeste/Centro-Oeste aparece com previsão de 95% da MLT, enquanto o Nordeste e Sul podem chegar, respectivamente, a 86% e 80% da MLT ao fim do mês.
O resultado fiscal prévio que apontou saldo negativo de R$ 2,2 bilhões nos Correios foi causado pela necessidade de recuperação da estatal que, segundo o presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, encontrava-se na bacia das almas em meio a tentativas de privatização e precatórios.
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