“Ser um banco central independente é tomar decisões sem ter medo de que elas sejam revertidas”, disse o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na sua participação no DealBook Summit, evento organizado pelo jornal The New York Times, hoje mais cedo.
Para ele, a independência dá a habilidade necessária aos membros do banco de tomar decisões ‘para o bem de todos os americanos’. Ele reforçou que o mandato do Fed é manter a estabilidade de preços com pleno emprego, o chamado mandato duplo.
Ele foi perguntado sobre a possibilidade de o Fed deixar de ser independente, ou sofrer mais interferência por parte do governo norte-americano no futuro governo de Donald Trump. Powell disse que há muito apoio no Congresso dos EUA para manter a independência do banco central. “Não acredito que vamos perder esse status de independência”.
Powell também não quis comentar sobre as propostas de Trump para a economia. “Não falo sobre ideias de presidentes eleitos”.
O presidente do Fed disse que a economia norte-americana está em um estado excelente, e que há progressos na queda da inflação. “Estamos no caminho de uma taxa neutra de juros. Podemos agora ser mais cautelosos para atingi-la”.
Quando o Fed cortou os juros em setembro, Powell disse que essa atitude mandou uma mensagem. “A mensagem foi de que estamos preocupados com o mercado de trabalho”.
Ao ser questionado sobre os efeitos das tarifas que Trump disse que deve implantar no seu governo, Powell disse não saber sobre os seus efeitos, extensão e duração. “Por conta disso, não podemos fazer política monetária baseados nestas suposições. As decisões são tomadas baseadas no que acontece com a economia hoje”.
Ao falar sobre o déficit fiscal do governo norte-americano, Powell disse que ele é grande mesmo com o crescimento da economia e baixo desemprego. “A economia precisa crescer mais rápido que o déficit, e isso não está acontecendo”.
Por fim, por mais que a inflação esteja em ritmo de queda, essa percepção não chegou às pessoas. “A economia dos EUA está boa, mas as pessoas ainda veem os preços dos itens mais caros”.
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