Cachaça mineira ganha medalha de ouro em concurso internacional

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A cachaça Flor das Gerais Dorna Única, produzida em Felixlândia, na região central de Minas Gerais, recebeu medalha de ouro no International Organic Products Competition.

O evento aconteceu neste mês na França e premiou os melhores produtos orgânicos em diversas categorias.

O produtor Daniel Duarte de Oliveira, que também é agrônomo e responsável técnico da marca, considera que o reconhecimento não consagra apenas a dedicação da família, mas também a bebida brasileira.

“A gente fica muito feliz, pois é a primeira vez que uma cachaça orgânica brasileira vence essa premiação. Para nós, fecha um ciclo de 20 anos de produção orgânica e também é o reconhecimento de todo nosso trabalho.”

Além disso, a bebida produzida na Fazenda Mourões tem como diferencial o envelhecimento por quatro anos em tonéis de amburana e já conquistou outras premiações nacionais e internacionais.

Primeira cachaça certificada

A coordenadora regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Alessandra Miranda, acredita que com a premiação, a iguaria mineira pode ser mais conhecida.

“Foi a primeira vez que tivemos uma cachaça mineira premiada em um concurso internacional de bebida orgânica. Esperamos que, muito em breve, a cachaça tenha a mesma relevância e sucesso que hoje temos com os cafés especiais e os queijos mineiros.”

Aliás, a marca da bebida vencedora é a primeira certificada como 100% orgânica pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Além disso, já recebeu outras premiações no Concurso Nacional de Cachaça, no New Spritis e no Concurso da Emater-MG.

Produção familiar

O produtor Daniel Duarte conta que a fabricação da cachaça também fica por conta dos pais, Adão Manuel de Oliveira e Lúcia de Oliveira, além de suas irmãs e de quatro colaboradores.

Manuel relata que a produção da bebida está na família desde 1912 e vem sendo transmitida às gerações seguintes. “É uma honra presenciar a continuidade do trabalho. Minhas filhas e o Daniel já são a quarta geração”, orgulha-se.

Mas a atividade não foi a primeira opção do responsável técnico da Flor das Gerais. Formado em agronomia, dedicou-se a outros trabalhos fora da fazenda. Devido ao pouco retorno financeiro que a família estava obtendo com a produção da bebida, Daniel Duarte decidiu conciliar a atividade que já exercia com as orientações no alambique.

A redução da quantidade produzida, melhoramento do cultivo orgânico e do processo de envelhecimento estão entre as alterações realizadas inicialmente e que são mantidas até hoje.

Modelo orgânico da cachaça

Foto: Divulgação

Os trabalhos no modelo orgânico começaram em 2006. Após três anos, obtiveram a certificação de produto orgânico pelo IMA. Desde então, para manter a certificação, o trabalho é realizado continuamente.

“A Emater-MG nos auxiliou na correção topográfica, marcando as curvas de nível e estamos iniciando os trabalhos com assistência no uso de microbiológicos para controle de pragas e doenças e para melhoria da fertilidade do solo”, comenta Daniel Duarte.

Atualmente a produção gira em torno de 10 mil litros por ano e não há previsão de aumento, pois a meta é garantir a qualidade.

Visitação

Para quem deseja degustar a bebida, a Fazenda Mourões está com a porteira aberta para receber os visitantes por meio do Projeto Ruralidade Viva, promovido pela Emater-MG.

O programa é realizado conjuntamente com as secretarias estaduais e municipais de Turismo, Cultura e Agricultura com o apoio dos Circuitos Turísticos e das agências de viagem. Visa, também, promover experiências turísticas, incentivar a diversificação de atividades e melhorar a geração de renda dos produtores.

*Sob supervisão de Victor Faverin

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