Preços do milho em queda? Superoferta e gripe aviária ditam cotações

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Foto: Sistema Famasul

O desenvolvimento da safrinha de milho no Brasil e início da colheita em algumas regiões seguiu animando o setor. Consultorias reforçam as expectativas para uma safra recorde este ano.

Nos preços internos, o cereal apresentou leve recuperação após períodos de queda, com o mercado mais estável no final da semana. O clima adverso em importantes regiões produtoras pelo mundo continua sendo um fator de sustentação no mercado global.

Exemplo disso são os Estados Unidos, onde a situação climática esteve no radar, com relatos de seca severa e baixa umidade do solo em estados fundamentais para a produção de milho, como Dakota do Norte, Dakota do Sul e Nebraska.

Quanto às cotações, o cereal encerrou a semana em Chicago precificado a US$ 4,59 por bushel, alta de 3,61% sobre o período anterior. Já na B3, o contrato para julho de 2025 fechou em R$ 63,10 por saca, valorização de 1,69%. No mercado físico brasileiro, a predominância foi de baixas em todas as regiões produtoras.

E agora, o que esperar do milho?

Balanço da plataforma Grão Direto traça os principais pontos de atenção para o mercado do grão amarelo nesta semana. Acompanhe:

  • Gripe aviária: apesar do recente caso de gripe aviária confirmado em granja comercial de Montenegro (RS), o mercado entende que o impacto sobre os preços dos cereais será limitado. Isso ocorre porque os principais importadores – como Arábia Saudita, México, Japão e China – adotaram embargos específicos, restringindo apenas as exportações da localidade afetada, e não de todo o país.
  • Normalização dos embarques: com a rápida implementação de todas as medidas sanitárias para controle da influenza aviária no país, a expectativa é de normalização do mercado em até 30 dias. “Mesmo o Brasil sendo o último grande exportador a registrar um caso em granja comercial, não se espera que isso pressione significativamente os preços dos grãos, dada a demanda global firme por proteína de frango, que sustenta a procura por ração”, considera a Grão Direto, em nota.
  • Milho 2ª safra: a colheita do milho 2ª safra já começou em algumas regiões do Centro-Oeste. Com uma expectativa de produção acima de 100 milhões de toneladas, o avanço dos trabalhos deve pressionar os preços para baixo nos próximos três meses. “Neste ano, vale notar que houve um volume maior de vendas futuras, aproveitando os melhores preços no início do ciclo para garantir um preço médio mais favorável. Apesar da pressão da colheita, a demanda pelo cereal tende a ser alta, sustentada por pecuaristas com margens positivas e pelo contínuo ganho de espaço das usinas de etanol à base de milho.”

Dado o panorama acima, a plataforma enxerga que o avanço da colheita volumosa esperada para a segunda safra de milho deverá exercer forte pressão nas cotações nos próximos dias e semanas. Assim, preços negativos fazem parte de um cenário mais provável. Ainda assim, a demanda firme e as vendas antecipadas podem ajudar a moderar as quedas.

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