A suspensão das exportações de carne de frango e derivados, em razão da confirmação de foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) no Rio Grande do Sul, deve resultar em uma queda entre 100 milhões de dólares e 200 milhões de dólares nos embarques do setor (entre R$ 565 milhões e R$ 1,1 bilhão, na cotação atual).
A estimativa foi divulgada à Agência Estado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua.
A projeção considera um período de restrição de 30 dias, mas o prazo dos embargos tende a superar esse intervalo de tempo. Em território gaúcho, onde a primeira detecção foi confirmada, o embargo terá duração de, pelo menos, 60 dias, de acordo com o decreto número 58.169/25, assinado pelo governador Eduardo Leite no último sábado (17).
O foco localizado em um estabelecimento de produção de matrizes, em Montenegro, no Vale do Caí, é o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no país. Um segundo foco foi confirmado no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O cálculo do prejuízo nos embarques destacado pelo secretario projeta um impacto de 50 mil a 100 mil toneladas que podem deixar de ser exportadas ao preço médio praticado no mercado internacional de dois mil dólares por tonelada.
“É provável que haja um impacto de redução de exportação de 10% a 20% em relação à média de 465 mil toneladas por mês que vem sendo registrada em 2025. Ainda é difícil prever um número fechado, porque vai depender de quais países restringirão as compras e por quanto tempo”, disse Rua.
Até agora, estão suspensas as exportações para China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile e México. O mesmo deve ocorrer com Coreia do Sul e Rússia.
Conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o México lidera a aquisição de ovos do Rio Grande do Sul. Entre janeiro e abril, os gaúchos enviaram 560 toneladas para aquele país, o que representou 2,328 milhões de dólares.
O presidente da entidade, Ricardo Santin, acrescenta que o Brasil vende carne de franfo e derivados para 150 países e que 15 devem fechar as portas para os produtos brasileiro em virtude de certificados sanitários. “Outros 35 vão depender da ação de cada país, mas tem 100 que não vão fechar”, assegurou.
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