O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento em cinco dos seis biomas em 2024: Pantanal, Pampa, Cerrado, Amazônia e Caatinga. A exceção foi a Mata Atlântica, que se manteve praticamente estável em relação a 2023, mesmo com os impactos dos eventos climáticos extremos ocorridos no Rio Grande do Sul.
As informações estão no Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), divulgado nesta quinta-feira (15), pela iniciativa MapBiomas Alerta.
A área total desmatada no país no ano passado caiu 32,4% em relação a 2023, enquanto o número de alertas validados recuou 26,9%. Ao todo, foram desmatados 1.242.079 hectares, com 60.983 alertas registrados em todo o território nacional em 2024.
Um levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica apontou redução do desmatamento em áreas de “mata madura” no estado de São Paulo. No entanto, o MapBiomas considera a totalidade do bioma, o que resultou em uma avaliação de estabilidade. No geral, a Mata Atlântica registrou um leve aumento de 2% na área desmatada.
Pelo segundo ano consecutivo, o Cerrado foi o bioma com a maior área desmatada: 652.197 hectares, o equivalente a 52,5% de toda a área desmatada no Brasil. Apesar disso, o dado representa uma queda de 40% em relação a 2023.
O Maranhão lidera o ranking de desmatamento no Cerrado pelo segundo ano seguido, com 218.298 hectares suprimidos, mesmo com redução de 34,3% em relação ao ano anterior. Junto com o Pará, o estado responde por mais de 65% do desmatamento registrado no país.
Os quatro municípios com os maiores aumentos proporcionais de desmatamento estão no Piauí: Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal.
Amazônia
A Amazônia ficou em segundo lugar, com 30,4% da área desmatada (377.708 hectares). Este foi o menor índice registrado nos seis anos da série histórica do RAD, iniciada em 2019.
Juntos, Amazônia e Cerrado responderam por quase 89% de toda a área desmatada no Brasil em 2024. Pelo segundo ano consecutivo, as formações savânicas foram o tipo de vegetação mais atingido (52,4%), seguidas pelas formações florestais (43,7%).
Apesar do baixo percentual, especialistas alertam que os sistemas de detecção automática por satélite ainda enfrentam limitações nos ambientes campestres, o que pode gerar omissões nos biomas Pampa e Pantanal.
Impacto climático no RS
Eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul, entre abril e maio de 2024, causaram aumento de 70% na perda de vegetação nativa no estado. No caso da Mata Atlântica, estima-se que, sem esses eventos, o bioma teria registrado uma redução de pelo menos 20% na área desmatada.
O MapBiomas permite cruzar áreas de alerta com limites geográficos (biomas, estados, municípios e bacias hidrográficas), recortes fundiários (como Cadastro Ambiental Rural, Unidades de Conservação e Terras Indígenas) e dados administrativos (como autorizações, autuações e embargos). O resultado é um mapeamento detalhado de cada ocorrência de desmatamento registrada no país.
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