O governo do Paraná concedeu, nesta quarta-feira (14), a Licença de Instalação (LI) para a construção da primeira usina de etanol de milho da Coamo Agroindustrial Cooperativa. A planta será instalada em Campo Mourão, na região Centro-Oeste do estado. O documento foi emitido pelo Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
O projeto da cooperativa prevê um investimento de R$ 1,7 bilhão, incluindo um financiamento de R$ 500 milhões aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos do Fundo Clima.
Após a conclusão, a usina terá capacidade para processar 1,7 mil toneladas de milho diariamente e produzir 765 mil litros de etanol a cada 24 horas. A Coamo estima destinar entre 500 e 600 mil toneladas das 3 milhões de toneladas de milho que recebe anualmente para a produção do biocombustível. A expectativa é que as operações se iniciem no segundo semestre de 2026.
“É uma alegria participar desse momento histórico, a primeira grande indústria de etanol de milho do Paraná, uma planta bilionária de investimentos da Coamo, consolidando o Paraná como um dos maiores produtores de biocombustível do Brasil”, afirmou o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, que foi pessoalmente entregar a liberação com sua equipe.
Adicionalmente, a planta industrial gerará diariamente 510 toneladas de farelo para nutrição animal (DDGS) e 34 toneladas de óleo de milho, subprodutos do processo de fermentação.
A nova unidade será construída no Parque Industrial da Coamo, localizado às margens da BR-487. O complexo já abriga nove plantas industriais voltadas para os setores de alimentação humana e animal.A cooperativa informa que a fase de construção deverá gerar 2.200 empregos diretos, com a criação de outras 250 vagas quando a usina estiver em operação. Segundo o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, o objetivo do empreendimento é agregar valor à produção dos cooperados.
“É uma indústria que agrega valor. Não é mais apenas a venda de um cereal, mas sim um cereal transformado em um biocombustível e num farelo de alta proteína”
Airton Galinari, presidente executivo da Coamo
“Vamos esmagar 600 mil toneladas de milho ao ano, com produção de etanol, farelo de milho e óleo de milho. Para a comunidade é espetacular porque gera emprego perene, qualidade e traz desenvolvimento. É uma indústria que agrega valor. Não é mais apenas a venda de um cereal, mas sim um cereal transformado em um biocombustível e num farelo de alta proteína”, afirmou Galinari.
A matriz energética da usina será termelétrica, utilizando eucalipto de reflorestamento próprio em uma área de 5 mil hectares. A planta terá capacidade de gerar 30 megawatts de energia elétrica, volume suficiente para suprir a demanda de todo o complexo de etanol de milho.
Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, o investimento da cooperativa mostra que é possível o crescimento econômico aliado à sustentabilidade. “Com o investimento benéfico da Coamo, vamos ver se materializar para sempre mais uma matriz de sustentabilidade para ser oferecida ao mundo pelo nosso grandioso Paraná. O supermercado do mundo é pouco para nós”, defendeu.
Usinas no Brasil
O Brasil possui atualmente 24 usinas de etanol de milho em operação, sendo 11 dedicadas exclusivamente ao cereal e as demais com produção flexível (cana e milho). A produção de etanol de milho concentra-se principalmente na região Centro-Oeste, com projetos de expansão em outras áreas do país.
Números
Investimento Total | R$ 1,7 bilhão |
Financiamento BNDES | R$ 500 milhões |
Capacidade de Processamento | 1,7 mil toneladas/dia de milho |
Produção de Etanol | 765 mil litros/dia |
Produção de DDGS | 510 toneladas/dia |
Produção de Óleo de Milho | 34 toneladas/dia |
Empregos na Construção | 2.200 diretos |
Empregos em Operação | 250 diretos |
Área de Reflorestamento | 5 mil hectares |
Geração de Energia | 30 megawatts |
Coamo
Com 54 anos de existência, a Coamo Agroindustrial Cooperativa é a maior empresa do Paraná e aparece na 44ª posição entre as 500 maiores do Brasil no ranking Época Negócios 360º 2024, liderando o setor que mais se destaca no cenário de negócios do Estado: o cooperativismo. A gigante do setor encerrou o ano passado com uma receita global de R$ 28,82 bilhões. Desse montante, R$ 694 milhões foram distribuídos entre os mais de 32 mil cooperados espalhados pelo Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Mesmo diante das dificuldades climáticas, a Coamo recebeu um total de 8,02 milhões de toneladas de produtos agrícolas em 2024, equivalente a 2,7% da produção brasileira de grãos e fibras. No mercado externo, exportou 4,34 milhões de toneladas de commodities e produtos alimentícios, gerando um faturamento de US$ 1,88 bilhão.
A industrialização é um pilar importante dos negócios da Coamo. A planta de etanol deve se somar a outras plantas de processamento de soja, café, margarina e gordura vegetal, distribuídas entre Campo Mourão, Paranaguá (PR) e Dourados (MS). Em 2024, inaugurou sua nova fábrica de rações, produzindo nutrição animal para gado de corte e leiteiro, equinos, suínos, aves, peixes, cães e gatos, com investimento de R$ 178 milhões.
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