A aquicultura no interior de Alagoas tem se expandido com apoio do Sebrae/AL, promovendo o cultivo de camarões e tilápias no Sertão e Agreste.
Pequenos produtores estão apostando em novas tecnologias e na inclusão produtiva, trazendo mudanças significativas para a economia local.
Em municípios como Coité do Noia, Arapiraca, Igaci, Limoeiro de Anadia e Viçosa, a produção de camarão e tilápia em viveiros de água doce e salobra está ganhando destaque.
A atividade, que antes era restrita ao litoral, agora se consolida como uma importante fonte de renda para essas comunidades.
Michel Silva Santos, natural de Coité do Noia, é um exemplo desse crescimento. Ele investiu no cultivo de camarões e tilápias e já produz 2.500 quilos por ciclo, utilizando tecnologia adaptada ao ambiente interno.
“Comecei com um viveiro de peixe e logo depois entrei na criação de camarão. Hoje vivo disso, graças a Deus”, conta Santos.
A engenheira de pesca Amarília, da Camal Soluções Aquícolas – empresa contratada pelo Sebrae Alagoas para prestar consultoria aos produtores – explica que o agreste tem grande potencial de crescimento.
“Mais de 90% dos produtores aqui são familiares. Eles cuidam de tudo: do viveiro, da alimentação, da comercialização. E com a assistência técnica adequada, o retorno é garantido”, afirma.
Além disso, a aquicultura também tem dado destaque ao protagonismo feminino. Clemilda Alves, por exemplo, gerencia dois viveiros de camarões sozinha há mais de cinco anos.
“Faço tudo: aplico probiótico, dou ração, troco a água e ainda sou responsável pela comercialização. Indico para outras mulheres, mas tem que ter coragem para a luta do dia a dia”, afirma com orgulho.
Esse movimento de inclusão tem fortalecido a economia local e trazido mais autonomia às famílias da região, especialmente entre as mulheres.
O crescimento da aquicultura em Alagoas também é impulsionado por parcerias com instituições como Sebrae Alagoas, o Ministério da Pesca e Aquicultura e a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Por meio do Projeto Inovação Organizacional e Tecnológica da Aquicultura de Pequena Escala no Norte e Nordeste do Brasil, 200 produtores de camarão e peixe estão sendo orientados em sete municípios para elaboração de planos de melhoria.
De 2018 a 2023, a produção de camarão em Alagoas aumentou de 435 toneladas para 1.600 toneladas, evidenciando o grande potencial de crescimento do setor. Além disso, a utilização de água salobra tem sido essencial para a produção em áreas afastadas do litoral.
Keylle Lima, diretor técnico do Sebrae Alagoas, destacou que o pequeno produtor rural é peça-chave para o desenvolvimento sustentável do estado.
“Se o tema é pequeno negócio, o pequeno produtor rural também não fica de fora. E nesta parceria, temos desenvolvido a piscicultura e a carcinicultura em nosso estado”, afirmou Lima.
Para ele, o projeto marca um novo momento para o setor.
“Aliás, Alagoas já significa terra de águas. Esse é um passo inicial e relevante para que a gente possa aproveitar melhor as potencialidades da nossa região, gerar mais renda e emprego e o Sebrae está preparado para atender o segmento e contribuir com seu desenvolvimento”, finalizou o diretor técnico do Sebrae/AL.
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