Não basta produzir! É preciso entregar. É preciso ser sustentável, de ponta a ponta da cadeia, com inteligência, tecnologia e inovação.
Com uma atividade primária e industrial diversificada, o Paraná é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Somos o estado com o maior parque agroindustrial do país e destaque no setor metalmecânico, com diversas fábricas de veículos automotores e máquinas agrícolas. O Paraná é referência agroflorestal e ocupa a segunda colocação na extração de celulose e fabricação de papel. Além disso, possui a maior área cultivada de cana-de-açúcar do Sul do Brasil, sendo um dos mais importantes estados do setor sucroalcooleiro, que produz açúcar e etanol. Grande parte de toda essa riqueza é exportada pelo Porto de Paranaguá.
Entre outros destaques, somos o maior exportador de proteína animal do Brasil e o maior porto exportador de carne de frango do mundo. Nossos terminais também são a principal porta de entrada de fertilizantes do país.
No Paraná produzimos comida, energia e bens duráveis e intermediários que atendem não somente o mercado interno, mas também diversos países mundo afora. A depender do produto e do nível de industrialização, chegamos a exportar mais da metade do que produzimos. Isso não seria possível sem uma estrutura logística minimamente adequada, capaz de dar vazão a essa produção voltada à exportação, que hoje sai dos quatro cantos do estado para os quatro cantos do mundo, por Paranaguá.
Ao completar 90 anos de operação, o Porto de Paranaguá, administrado pela Portos do Paraná, empresa eleita por cinco vezes consecutivas “Melhores Portos do Brasil”, está sendo preparado para celebrar o seu centenário. São bilhões de reais em investimentos no porto do futuro, com recursos aplicados em infraestrutura e tecnologia. Somente no “Moegão”, maior obra portuária do Brasil, que vai incrementar o acesso ao porto pelo modal ferroviário, estão sendo investidos mais de R$ 600 milhões.
Ampliar a capacidade, modernizar estruturas e os modelos de contratos, sempre com o interesse público à frente, são objetivos claros que buscam tornar o estado mais forte, com uma economia e um setor produtivo mais eficientes e competitivos. Paranaguá é um porto em franca expansão, com potencial de crescimento a partir de um planejamento estratégico de longo prazo para evitar gargalos e enfrentar os novos desafios que estão por vir. Um ambiente onde gestão e governança são determinantes não como opção, mas como condição à administração portuária.
Nesse sentido, vale destacar a concessão do canal de acesso. Inovação e protagonismo que, assim como no “Moegão”, vêm para garantir maior atratividade ao terminal, proporcionar mais segurança e reduzir custos, do campo à mesa, da produção ao consumo, gerando riquezas e dividendos ao estado e à sua economia. Também está em curso a regularização de áreas precárias, com novos arrendamentos por meio de leilões, que convertem contratos antigos e nocivos em áreas de excelência, modernas e funcionais, conferindo ao Porto de Paranaguá o posto de ser o primeiro, em todo o Brasil, a ter 100% de suas áreas regularizadas para exploração comercial pela iniciativa privada.
Há ainda o investimento que ultrapassa os R$ 2,2 bilhões para a construção do ousado píer em “T”, que ampliará a capacidade de atracamento e abrirá o porto para diversificar ainda mais seu portfólio de operação. Estamos falando de um ativo único, um diferencial competitivo do Paraná e do Brasil frente a uma das principais variáveis de qualquer atividade econômica: a logística. A estrutura vai carregar 4 navios de grande porte simultaneamente. Cada embarcação vai receber 8 mil toneladas de grãos vegetais a cada hora. Hoje, a capacidade é de 3 mil toneladas hora.
Atualmente, a Portos do Paraná tem um fluxo comercial de exportação e importação com mais de 170 países. De 2019 a 2024, o volume movimentado nos portos do Paraná cresceu 25%, um índice que sofreu influência direta de outro aumento: o da produção nacional de grãos vegetais, que, no mesmo período, cresceu 16%.
Ainda na intenção de dimensionar nossa performance, Paranaguá possui pouco mais de 5 quilômetros de cais, um quarto do tamanho do Porto de Santos, considerado o maior do Brasil e da América Latina. Mesmo com dimensão menor, Paranaguá movimentou, em 2024, mais de 66 milhões de toneladas, o equivalente a 35% do total registrado pelo porto paulista no mesmo período, com 180 milhões de toneladas.
Nunca estaremos prontos, mas sempre estaremos em obras. Assim, podem produzir, que nós entregamos, seja onde for, seja para quem for. E que venham os 100 anos! Porque nós, o Porto de Paranaguá e o Paraná, estamos preparados.
*Luiz Fernando Garcia é diretor-presidente da Portos do Paraná e presidente da Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH)
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