A Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, aprovou por uma margem estreita uma medida para avançar o plano de corte de impostos de US$ 4,5 trilhões, proposto pelo presidente Donald Trump. A votação, realizada na terça-feira à noite, foi de 217 a 215, com apenas um republicano, o deputado Thomas Massie, votando contra e nenhum democrata apoiando a medida. O projeto é um passo preliminar para estender os cortes de impostos de 2017, uma das principais conquistas legislativas de Trump, que expiram no final deste ano. O presidente da Câmara, Mike Johnson, celebrou a vitória, afirmando que o partido está comprometido em entregar a agenda “America First”.
A aprovação ocorreu após horas de negociações para convencer republicanos reticentes a apoiar o plano. Trump pessoalmente entrou em contato com deputados para pressioná-los a votar a favor. O projeto também inclui financiamento para deportação de imigrantes ilegais, reforço da segurança fronteiriça, desregulamentação energética e gastos militares. No entanto, alguns conservadores exigiam cortes de gastos mais profundos e maior controle sobre a legislação de financiamento do governo, que precisa ser aprovada até 14 de março para evitar um possível fechamento das agências federais.
No Senado, os republicanos já haviam aprovado uma resolução orçamentária alternativa de US$ 340 bilhões, focada em prioridades como defesa, energia e fronteira, deixando a questão dos cortes de impostos para mais tarde no ano. Ambas as câmaras precisam aprovar a mesma resolução orçamentária para desbloquear uma ferramenta parlamentar que permitirá aos republicanos contornar a oposição democrata e aprovar a agenda de Trump. A versão da Câmara propõe cortes de US$ 2 trilhões em gastos ao longo de 10 anos para financiar as medidas.
Além do orçamento, os legisladores enfrentam outros prazos críticos nos próximos meses. Eles precisam aprovar a legislação de gastos para o ano fiscal de 2025 antes de 14 de março, quando o financiamento atual expira. Posteriormente, terão que lidar com o teto da dívida federal, que, se não for aumentado, pode levar a um catastrófico calote da dívida de US$ 36 trilhões do governo.
A aprovação da resolução orçamentária é apenas o primeiro passo em um cenário político complexo, marcado por divisões internas entre os republicanos e preocupações sobre o impacto dos cortes de gastos em programas sociais.
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