Porto Alegre, 25 de fevereiro de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje, durante a CEO Conference Brasil 2025, evento realizado pelo BTG Pactual, que o mecado hoje está muito mais tenso do que em outros tempos, o que explica o comportamento do final do ano passado. “O contexto geopolítico é muito mais pertubardor. Não só no Brasil. Mas as coisas estão se acomodando em patamares mais próximos dos apresentados pelos nossos pares”, completou.
O ministro lembrou que todas as medidas que o governo conseguiu tomar apresentaram avanços consideráveis. “Os avanços às vezes não são percebidos como deveriam e dependemos de muitos atores para avançar ainda mais”, disse Haddad. O ministro enumerou os desafios a serem enfrentados no gasto primário e no gasto tributário.
Haddad disse que a visão externa do Brasil é um pouco diferedente da doméstica e é melhor. “Quando você olha o filema e não só a fotografia, vocês tem outra impressão do que está acontecendo”, frisou o ministro.
Haddad disse que a agenda fiscal não pode perder ímpeto. Afirmou que com a mudança na liderança no Congresso, o governo precisa avaliar a nova composição e endereçar os temas mais importantes. Destacou a parceria que teve com os antigos líderes das casas e acredita que os novos presidentes terão comportamento semelhantes. “O Congresso aprovou coisas importantes, mas poderíamos ter ido mais longe”, frisando que os atrasos não vêm apenas da classe política, mas também dos lobbies empresariais atrasados.
O ministro disse ainda que se o país conseguir um patamar de receita perto de 19% do PIB e despesas em torno de 18%, haverá um horizonte de estabilidade e sustentabilidade. “E esse horizonte vai dar potência a todas as reformas microeconômicas que estamos fazendo em paralelo”, completou.
Haddad afirmou que “não vamos melhorar o país sem reconhecer os avanços que estão sendo feitos”. Segundo ele, há condições de continuar melhorando as contas públicas, mas que o governo não pode se fixar somente nisso. “As turbulências políticas existem. Temos que diminuir as fricções para retomar a agenda econômica”.
O ministro garantiu que queria ter zerado o déficit primário no ano passado. “E teria conseguido, mesmo com os problemas no Rio Grande do Sul, a medida provisória 1202 – que trata da desoneração da folha fosse aprovada”.
Haddad considerou o projeto do consignado privado uma revolução e acredita que pode chegar até o final do ano com as 25 iniciativas apresentadas ao Congresso aprovadas. Para ele, o ano eleitoral não deve atrapalhar a tramitação dos itens, pois fazem parte de uma agenda institucional.
Para o ministro, a verdadeira “caixa preta” que existe no Brasil é o orçamento federal. “O Brasil não vai conseguir atingir o grau de investimentos se não mirar números certos sobre o orçamento”. Haddad assegurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer o equilíbrio nas contas públicas, mas que o ajuste não pode ser feito na parte mais fraca da sociedade. ‘Vamos distribuir essa responsabilidade de maneir socialmente justa. Esse é o comando do presidente e considero um comando certo”.
O ministro disse não acreditar que o Brasil consiga operar o milagre desse ajuste sem crescimento econômico. ‘Com os arranjos institucionais, vamos crescer acima da média mundial nos próximos anos”, projetou o ministro.
Haddad disse que nem ele e nem o ministro da Casa Civil, Rui Costa, estão envolvido na reforma ministerial. “Essa atribuição e essa prerrogativa é do presidente. Nunca conversei sobre reforma com Lula”, reiterou. O ministro criticou a atual forma de condução da relação entre Executivo e Legislativo. “Não pode se ter uma espécie de parlamentarismo, onde se a condução der errado a culpa é do Executivo. Isso precisa se acertar e vejo boa vontade das partes”.
Haddad destacou a necessidade de desengessar o orçamento e lembrou que ainda não conseguiu ver aprovadas as medidas de ajuste fiscal anunciadas no final do ano passado. Lembrou dos desafios do cargo, dizendo “que ninguém pede o Ministério da Fazenda na composição de governos”.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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