Exygen, do grupo GranBio, anuncia investimento de R$ 1,5 bi para produzir combustíveis de melaço da cana em Alagoas

São Paulo, 27 de janeiro de 2025 – A Exygen, empresa do grupo Granbio, anunciou o lançamento do Complexo de Biorrefinarias Integradas de Biocombustíveis Sustentáveis Avançados e da da pedra fundamental da unidade de biometanol, e-metanol e CO2 biogênico, nesta segunda-feira (27/1), em São Miguel dos Campos, em Alagoas. A empresa anunciou investimentos de R$ 1,5 bilhão nos empreendimentos.

O CEO da GranBio, Bernardo Grandin, disse que o projeto “é inovador e pioneiro, menos pelo fato de produzir etanol a partir do resíduo de açúcar e mais pela proposta de integração da aliança de um modelo comercial único, que agrega, fundamentalmente, eficiência do uso de carbono, eficiência de custo e escala para mercados globais e maiores.” O grupo atua no estado de Alagoas há 13 anos com a produção de etanol celulósico e já teve a Odebrecht como parceira. A empresa já recebeu incentivos do governo dos Estados Unidos para produzir combustível sustentável de aviaão (SAF, na sigla em inglês).

“O que nós vamos construir aqui é o compromisso de uma cadeia produtiva inteira, que começa no fornecimento do melaço, a quem chega e consome o biometano para descarbonizar a sua emissão de transporte e, futuramente, do metanol para descarbonizar o transporte marítimo, como o compromisso de todos que apostam que o Brasil é o lugar certo e o mais comprometido para uma transição energética eficaz, eficiente e o comprmisso de responsabilidade pública e privada com a mudança climática”, discursou o empresário.

Grandin destacou que, apesar do Brasil ter matriz energética majoritariamente limpa e renovável, ainda é importador de gás e diesel e tem uma balança ineficiente em relação ao custo comercial e de emissão de carbono. Neste contexto, ele disse que o projeto inaugurado hoje pela Exygen “integra a cadeia produtiva no compromisso de uso e de reutilização da água a ponto da economia circular aplicada no consumo de água ser quase neutro”, assim como “no uso do carbono e no ciclo do carbono para todos os produtos que sairão daqui, será neutro”. “Apesar do etanol já ser um combustível limpo, ele ainda tem uma emissão líquida de carbono. Mas quando ele é integrado nessa escala, com essa tecnologia que nós estamos aplicando aqui, ele vai ser convertido a menos da metade do custo, em escala, durante todo o ano. E vai viabilizar uma cadeia produtiva para produção não só do biometano, do biogás, do CO2 puro e, eventualmente, do metanol, quando essa cadeia produtiva chegar aqui”, detalhou.

O empresário ressaltou o papel do arcabouço jurídico proporcionado pela regulamentação do Combustível do Futuro e do biometano para viabilizar o investimento, além da localização estratégica do empreendimento a 4 km do gasoduto da Transportadora Associada de Gás (TAG) para a comercialização dos biocombustíveis.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou o investimento da Exygen de R$ 1,5 bilhão e os 1,2 mil empregos que devem ser gerados, além da sustentabilidade ambiental do projeto. Ele ressaltou o trabalho do ministro dos Transportes, Renan Filho, e o desempenho da indústria no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024. Alckmin também destacou o programa Mover, a Nova Indústria Brasil, a redução de PIS/Confis para a indústria química, através do Reiq, entre outras políticas implementadas por sua pasta no ano passado.

Alckmin também fez piadas com termos químicos. “Seis carbonos entraram na igreja. O que eles estavam fazendo?” “Benzeno!”

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que a usina gera energia com baixa emissão de carbono. O ministro, que foi governador de Alagoas, disse que o empreendimento “coloca o estado na vanguarda da produção de energia”. “Essa planta de etanol que vai passar a ser produzida a partir de um resíduo da produção de açúcar, pode ser correspondente a uma produção semelhante a 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Se levarmos em consideração que o estado de Alagoas produz algo superior mas próximo de 20 milhões de toneladas, isso é muito significativo do ponto de vista econômico e de geração de riqueza para o nosso estado”, discursou Renan Filho.

Filho disse que a desestatização da Petrobras no estado, que produzia 300 mil metros cúbicos de gás por dia e já está produzindo entre 1,5 milhão e 2 milhões de m3 de gás por dia, vai chegar a 4 milhões m3/dia de gás onshore em Alagoas, sem falar na bacia offshore da companhia Em Alagoas e Sergipe. “Isso vai dar uma condição geológica do estado, que permite a reservação de gás, de ser um dos estados brasileiros com maior segurança energética em gás do país.”

“E mesmo em tempos de reforma tributária, onde os estados brasileiros negociaram para abrir mão da guerra fiscal, nós vamos manter um diferencial competitivo, que é energia barata, com segurança de estoque e com capacidade inovadora. É essa Alagoas que a gente precisa construir mais para seguir gerando emprego e melhorando a vida das pessoas”, destacou.

Também participaram da cerimônia o governador de Alagoas, Paulo Dantas, o prefeito de São Miguel dos Campos, George Clemente, e outras autoridades.

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