A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou que a independência dos bancos centrais está sendo questionada em várias partes do mundo, e a influência política crescente pode prejudicar sua capacidade de controlar a inflação. Em um discurso durante uma conferência na Hungria, Lagarde destacou que, embora a independência formal dos bancos centrais nunca tenha sido tão prevalente, sua independência de fato está sendo colocada em dúvida. Um exemplo recente envolve o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou saber mais sobre taxas de juros do que os responsáveis pelo Federal Reserve, pressionando por cortes nas taxas de empréstimo.
Lagarde apontou que pressões políticas podem levar a um “círculo vicioso”, onde a independência dos bancos centrais seria comprometida, gerando instabilidade macroeconômica. A presidente enfatizou que a interferência política nas decisões das instituições monetárias pode aumentar a volatilidade cambial e dos mercados financeiros, elevando os custos dos títulos e os prêmios de risco. Isso, segundo ela, prejudica a capacidade dos bancos centrais de manter a inflação sob controle.
Como exemplo, Lagarde mencionou a Hungria, onde o primeiro-ministro Viktor Orbán nomeou Mihaly Varga, aliado político e ex-ministro das Finanças, como próximo governador do banco central. Ela alertou que esse tipo de nomeação política pode intensificar a volatilidade econômica e enfraquecer a confiança social nos bancos centrais, levantando dúvidas sobre sua eficácia em cumprir seus mandatos.
Por fim, Lagarde ressaltou que, ao dificultar o controle da inflação, as pressões políticas podem desencadear um ciclo de instabilidade econômica e social. Isso poderia levar a uma perda de consenso em torno da importância da independência dos bancos centrais, ampliando ainda mais as incertezas nos mercados globais.
O post Christine Lagarde, presidente do BCE, teme perda da independência dos bancos centrais apareceu primeiro em Agência CMA.